É impossível escrever sobre “Dredd” (2012) sem cair naquela
velha discussão já aludida neste mesmo blog sobre adaptações cinematográficas
de obras originárias dos quadrinhos. Como em outras oportunidades, reitero a
minha opinião sobre o assunto: não é necessário que um filme resgate todos os mínimos
detalhes das histórias que serviram como base para o seu roteiro. O importante é
que se preserve a essencialidade dos personagens e das situações, para que o
filme agrade não somente aos fãs dos “comics”, mas também aos apreciadores de
cinema em geral. Dito isso, vale mencionar que um dos fatores diferenciais para
que as histórias de Juiz Dredd se tornassem tão marcantes nos quadrinhos é que
no meio de tramas situadas num futuro pós-apocalíptico e distópico e permeadas
de violência, escatologia e pessimismo havia margem para uma sutil e ácida
ironia. Pois é justamente essa falta de bom humor negro que torna “Dredd” uma
obra frustrante, fazendo com que tanto o personagem-título como o roteiro
acabem soando genéricos, igual a tantas ficções científicas futuristas que
geralmente aparecem na telas. O diretor Pete Travis até eventualmente encontra
algumas soluções visuais que fogem um pouco do lugar comum, mas nada que tire
muito o filme de sua acomodação criativa.
Um comentário:
Discordo meu amigo, pois eu achei Dredd uma obra bem corajosa. Mas é uma pena que tenha fracassado.
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