sexta-feira, dezembro 07, 2012

Intocáveis, de Eric Toledano e Olivier Nakache ***


Operando dentro de um subgênero perigoso, o dos melodramas com “lições de vida”, a produção francesa “Intocáveis” (2012) acaba surpreendendo por detalhes significativos. Mesmo com um roteiro previsível, os diretores Eric Toledano e Olivier Nakache fazem a diferença ao comporem uma dinâmica encenação (a perseguição automobilística da abertura do filme, por exemplo, é primorosa) e também por elaborarem uma narrativa permeada de bom humor. Além disso, a trama consegue inserir de forma bastante orgânica dentro de seu mote principal uma das questões mais prementes da Europa moderna que é a incorporação dos imigrantes na sociedade ocidental, fazendo com que o filme seja um interessante reflexo do espírito de uma época. Há também em “Intocáveis” uma certa atmosfera hedonista, tanto por algumas situações do roteiro em que os protagonistas Philippe (François Cluzet) e Driss (Omar Sy) se dedicam à sedução como pela vibrante trilha sonora recheada de clássicos da black music (impossível não fazer uma conexão com a blackexploitation, principalmente pelas canções do Earth, Wind & Fire), fazendo com que a obra não caia em excessos sentimentais.

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