Depois de tangenciar o horror de forma frustrante em “O
exorcismo de Emily Rose” (2005), o diretor Scott Derrickson volta ao gênero de
forma bem mais convincente em “A entidade” (2012). Para começar, ele dispensa o
psicologismo barato do filme anterior e se volta ao sobrenatural escancarado. Alguns
dos clichês mais usados nas produções de terror contemporâneas estão lá, mas
Derrickson os utiliza de forma engenhosa, explorando mesmo nesses elementos
recorrentes uma abordagem por vezes insólita. Isso fica evidente,
principalmente, quando adota o estilo
documental para mostrar vídeos aparentemente amadores de assassinatos. Aos invés
de adotar simplesmente o estilo “falso
documentário amador”, o cineasta insere elementos desse estilo no meio de uma
narrativa tradicional, provocando um contraste bastante perturbador. A seqüência
inicial, por exemplo, em imagem granulada e de tons esmaecidos, do enforcamento
simultâneo de uma família inteira acaba ganhando uma dimensão assustadora ainda
maior de acordo com o desenrolar da trama. É claro que nem tudo é perfeito, com
destaques negativos para os fuleiros efeitos especiais e a tosca maquiagem. No
saldo final, entretanto, predomina a sensação de um terror que consegue
efetivamente provocar algum sentimento de tensão na platéia.
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