quarta-feira, dezembro 14, 2016

Conspiração e poder, de James Vanderbilt **

Um gênero que tem cadeira cativa no cinema norte-americano nas últimas décadas é o dos dramas históricos-políticos. De certa forma, sempre há algum diretor com a pretensão de realizar uma obra no nível de importância artística e temática de um clássico como “Todos os homens do presidente” (1976). “Conspiração e poder” (2015) é mais uma produção que busca tal objetivo, ao mostrar o polêmico caso em que o programa televisivo “60 minutes” acusou o ex-presidente George W Bush de não servir durante a Guerra do Vietnã usando a influência política de seu pai e que depois não conseguiu sustentar suas alegações por falta de provas, com os jornalistas envolvidos caindo em descrédito perante o público. O assunto é interessante e complexo, refletindo muito do jogo de poder envolvendo a mídia e o Estado, mas o tratamento formal e narrativo proposto pelo diretor James Vanderbilt é tão desprovido de vigor e ousadia que acaba mais provocando uma sensação de enfado para o espectador do que alguma tensão ou mesmo indignação. Falta dinâmica e até alguma ironia dentro dos clichês melodramáticos nos quais o cineasta se afunda. É claro que o filme pode despertar uma certa curiosidade pelo seu lado informativo para aqueles que se interessam pelo cenário sócio-político contemporâneo. Como cinema, entretanto, é uma experiência bastante frustrante.

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