segunda-feira, julho 17, 2017

Ao cair da noite, de Trey Edward Shults ***

Em um mundo tomado por uma epidemia misteriosa e altamente contagiosa, onde água e comida se tornam bens escassos e valiosos, uma família vive isolada numa casa no meio de uma floresta e ao se aproximar de um outro clã acaba entrando em um irrefreável vórtice de paranoia e violência. Essa trama básica de “Ao cair da noite” (2016) não chega a ser exatamente uma novidade e mesmo a sua narrativa não apresenta maiores sobressaltos criativos. Ainda assim, o filme do diretor Trey Edward Shults chama a atenção pela forma segura com que clichês formais e temáticos se desenvolvem na tela. Por mais que os rumos da trama sejam previsíveis, a produção tem alguns momentos que conseguem causar uma genuína tensão dramática para as plateias, principalmente pela encenação precisa e sóbria articulada por Shults e pela valorização de um convincente suspense psicológico, em que as explosões de brutalidade e de grafismo entre o escatológico e o mórbido são econômicas, em termos de quantidade de cenas de tal natureza, e eficazes no seu sensorialismo.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Filmes simples, direto e genial