segunda-feira, julho 31, 2017

Carros 3, de Brian Fee **

Dentro do quesito de padrão de criatividade contemporâneo nas animações feitas por grandes estúdios, a Pixar é a que mais se destacou no aspecto de ousadia nos últimos vintes anos, principalmente por saber conciliar os ditames das narrativas tradicionais no gênero com grafismo requintado e moderno e roteiros repletos de sagacidade e densidade dramática acima da média. Mesmo quando enveredava para continuações de sucessos, o estúdio conseguia manter essa abordagem artística (vide, por exemplo, o coerente amadurecimento emocional na franquia “Toy Story”). Dentro da riqueza desse contexto histórico, uma produção como “Carros 3” (2017) acaba sendo ainda mais frustrante. Não chega a ser um filme ruim – é apenas irrelevante e por vezes beira o insosso. É claro que algumas sequências de ação são divertidas, principalmente quando envolvem as corridas de carros, mas passando metade da trama até tais momentos vão se tornando cansativos na sua previsibilidade narrativa. Clichês de produções sobre esportistas em decadência são reciclados sem maiores inspirações e nem mesmo a habitual competência de seu grafismo consegue alterar o clima de marasmo da animação. Para quem quiser ver algo de diferente dentro dessa temática, recomenda-se o brilhante “Ricky Bobby – A toda velocidade” (2006).

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

O problema que boa parte dos grandes talentos da Pixar esta trabalhando agora para Disney definitivamente. Sinceramente prevejo o fim desse revolucionário estúdio.