Essa produção conjunta entre Brasil e Estados Unidos usa e abusa de uma estética crua com a intenção, provavelmente, de tornar mais verossímil e contundente a temática do seu roteiro que envolve questões atuais e complexas como a imigração ilegal e o preconceito racial. O diretor José Joffily utiliza recursos de cinema documental em busca de uma encenação mais realista, mas os enquadramentos trepidantes e a luz estourada em várias cenas acabam mais enchendo a paciência do espectador do que impactando o mesmo. Essa opção por uma estética crua se mostra uma fórmula criativa estéril e que não rende sequer alguma seqüência memorável. O que poderia talvez salvar “Olhos Azuis” (2009) seria um roteiro consistente, mas até isso acaba falhando no filme. A estruturação da trama é engessada dentro de um desgastado padrão de jogo entre passado e presente que se desenrolam simultaneamente que pouco acrescenta, pois se a opção fosse narrar o mesmo sem essas idas e vindas de tempo o nível de previsibilidade da trama seria o mesmo (ou quem sabe até menor...). Por fim, os diálogos insistem em tons discursivos que matam qualquer noção de sutileza de subtexto.
4 comentários:
O início prometia, mas acabou caindo (do meio pro final) numa mesmice que já se tornou notória no cinema nacional dos últimos anos. Uma pena!
Cultura na veia:
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André, você não entendeu nada do filme.Desculpe-me, mas seu comentário é totalmente equivocado. Olhos Azuis tem uma fotografia linda, com roteiro muito interessante e ótimas atuações. Um dos melhores filmes brasileiros que vi nos últimos anos.
André, você não entendeu nada do filme.Desculpe-me, mas seu comentário é totalmente equivocado. Olhos Azuis tem uma fotografia linda, com roteiro muito interessante e ótimas atuações. Um dos melhores filmes brasileiros que vi nos últimos anos.
Caro Marcelo. Posso não ter entendido o filme, mas acho que mesmo que tivesse entendido eu continuaria não achando bom. Posso ter mencionado que não gostei do roteiro (e não gostei mesmo!!), mas o que me desagradou realmente no filme é muito mais a sua concepção formal.
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