Por mais que repise em clichês e abuse dos truques baratos, é inegável o poder de tensão que emana de “O Demônio” (2010). A começar pela sua abertura, em que tomadas aéreas com a câmera invertida, auxiliadas por um impactante tema musical, criam uma sinistra ambientação para a produção. A partir de um fio de trama, o diretor John Erick Dowdle explora com precisão as possibilidades criativas da narrativa que se centra basicamente dentro de um elevador. Algumas subtramas valorizam a abordagem claustrofóbica da direção, enfatizando a sensação de impotência e perplexidade diante do sobrenatural. Os efeitos especiais são discretos, mas eficientes nos sustos que geram. Na realidade, o suspense é mais valorizado do que os momentos de violência e carnificina (apesar dos mesmos impressionarem pelo seu considerável nível gore). O detalhe, por exemplo, das panes de luz no elevador que anunciam os ataques do demônio é um recurso estético que pode soar batido, mas que no contexto do filme adquire um sentido mais que coerente. Mesmo que detalhes novelescos do roteiro e a conclusão estilo final feliz tirem um pouco do seu brilho, “O Demônio” é uma das melhores obras de horror a chegar aos nossos cinemas nesta temporada.
2 comentários:
Eu não achei essa coisa toda, mas que o Shyamalan é melhor produzindo do que na cadeira de diretor, não há dúvida!
Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com
Confesso que não vi "O Último Mestre do Ar", mas gostei muito de "O Fim dos Tempos". Na real, até acho o melhor filme do Shyamalan.
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