Tentar concentrar em um documentário de noventa minutos uma série de conceitos complexos, cujo processo de discussão e compreensão leva alguns anos de estudos em cursos de graduação (e até mesmo pós), é tarefa árdua. O risco de cair no meramente didático e no enfadonho é grande, podendo a obrar se tornar de interesse quase que apenas para iniciados. E é justamente o que acaba ocorrendo em “Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo” (2008). Ouvir o biografado e seguidores teorizando sobre princípios de antropologia e etnologia não é dos exercícios mais palatáveis para neófitos, o que acaba tornando o filme massante em alguns momentos (até porque nessas seqüências a câmera é estática e apenas registra pessoas falando). O que torna essa produção francesa uma curiosidade para diletantes ou apreciadores de cinema em geral são imagens de arquivos e depoimentos que fogem do acadêmico, com Lévi-Strauss contando detalhes interessantes da sua vida e bibliografia, com destaque para a origem de seu livro mais notório, “Tristes Trópicos”, além dos relatos das passagens marcantes do antropólogo pelo Brasil. Afinal, são elementos históricos que ajudam a compreender até mesmo a evolução da cultura ocidental, pelo menos, nos últimos cem anos.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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