sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo, de Annie Cheavallay e Pierre-André Boutang **




Tentar concentrar em um documentário de noventa minutos uma série de conceitos complexos, cujo processo de discussão e compreensão leva alguns anos de estudos em cursos de graduação (e até mesmo pós), é tarefa árdua. O risco de cair no meramente didático e no enfadonho é grande, podendo a obrar se tornar de interesse quase que apenas para iniciados. E é justamente o que acaba ocorrendo em “Claude Lévi-Strauss Por Ele Mesmo” (2008). Ouvir o biografado e seguidores teorizando sobre princípios de antropologia e etnologia não é dos exercícios mais palatáveis para neófitos, o que acaba tornando o filme massante em alguns momentos (até porque nessas seqüências a câmera é estática e apenas registra pessoas falando). O que torna essa produção francesa uma curiosidade para diletantes ou apreciadores de cinema em geral são imagens de arquivos e depoimentos que fogem do acadêmico, com Lévi-Strauss contando detalhes interessantes da sua vida e bibliografia, com destaque para a origem de seu livro mais notório, “Tristes Trópicos”, além dos relatos das passagens marcantes do antropólogo pelo Brasil. Afinal, são elementos históricos que ajudam a compreender até mesmo a evolução da cultura ocidental, pelo menos, nos últimos cem anos.

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