segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos, de Paulo Halm **1/2


O passado como roteirista de Paulo Halm se evidencia na sua estreia na direção em “Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos” (2009). O enfoque está bem mais concentrado no texto e nos diálogos do que na sua encenação. Assim, nem todas as soluções formais encontradas são as mais adequadas, com o filme em alguns momentos caindo para uma espécie de teatro filmado ou mesmo em truques típicos de produções televisivas. Apesar disso, há acertos em algumas saídas estéticas de Halm. A forma com que explora a ação dentro do espaço do apartamento do protagonista Zeca (Caio Blat) é criativa em determinadas tomadas, em seqüências que variam entre a tensão paranóica e o onírico. As cenas de sexo apresentam um traço mais visceral que não é tão frequente no cinema nacional. É inegável também que o roteiro explora com consideráveis profundidade e ironia as angústias existenciais de uma certa parcela de jovens trintões de classe média. Mesmo com Halm não sendo condescendente com o seu “herói” (ou talvez devido a isso), cria-se simpatia e identificação com Zeca pela sua capacidade de meter os pés pelas mãos na sua vida sentimental. A atuação intensa de Blat colabora bastante no sentido de tornar o personagem, assim como as confusões amorosas em que se envolve, críveis para espectador.

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