É claro que há gente a reclamar de que “O Discurso do Rei” (2010) é por demais acadêmico e previsível no seu resultado final. Há de se convir, entretanto, que mesmo dentro de tais concepções convencionais o filme acaba se destacando pela sua elegância formal e temática. Muitas produções, geralmente, dentro do gênero em questão, acabam descambando para excessos melodramáticos ou narrativas arrastadas. “O Discurso do Rei”, ao contrário, apresenta fluência natural tanto pela edição de moldes clássicos quanto pela fotografia que valoriza o requinte dos ambientes aristocráticos e a ambiência sombria da Londres pré-Segunda Guerra. As duas horas de trama evoluem de uma forma que o espectador mal sente o tempo passar. E mesmo que o roteiro enverede pela fórmula de história que contem lição edificante de superação pessoal, é inegável a presença de um senso de humor fleumático tipicamente inglês que faz com que o filme não caia no sentimentalóide. Quanto ao tão decantado trio de atores dos personagens principais, é certo que os mesmos já entregaram interpretações mais sanguíneas e marcantes em outros trabalhos, mas suas atuações são eficientes e discretas o suficiente para estarem em serena sintonia artística com o espírito da obra.
2 comentários:
Fala André, beleza? Vou copiar e colar seus dois textos sobre o "Discurso do Rei" e do "Bravura Idômita" no "A Sétima e Todas", ok?
Abraços, Rod Castro - www.asetimaetodas.blogspot.com
E aí Rod. Pode usar os textos, sem problemas. Abraços.
Postar um comentário