Existem filmes que conseguem ser a síntese da cultura de uma era. Ou até, mais especificamente, dos equívocos de determinada época. “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” (2011) pode se configurar como um símbolo perfeito do que há de errado no cinema de ação da atualidade. A proposta estética do estilo documental, de câmeras inquietas que não param de tremer, já está mais que cansativa, revelando uma espécie de preguiça formal em enquadrar uma tomada ou editar uma seqüência de forma decente. No filme de Jonathan Liebesman, até uma simples cena de dois personagens conversando calmamente em um escritório é um “show” de cortes desconjuntados e de movimentos de câmeras que avançam aos esbarrões. Talvez a justificativa para essa concepção tosca venha da intenção em retratar uma invasão alienígena sob o ângulo dos recursos do cinema verdade, algo que o frustrante “Cloverfield” (2008) já havia feito pelos “filmes de monstro”. Tal exercício de estilo, entretanto, é pueril no sentido de que o próprio roteiro de “Invasão do Mundo” repisa sem constrangimento em todos os clichês dramáticos do gênero, com direito, inclusive, a vários momentos repletos de patriotismo forçado, o que só colabora para que a produção fique com uma desnecessária duração de quase duas horas. De qualquer forma, o filme chega até ser divertido em alguns momentos na sua truculência visual e nas besteiras de sua trama. É quase como se fosse um filme trash, apesar do seu orçamento ser infinitamente superior aos das infames produções de um Ed Wood.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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