quinta-feira, junho 16, 2011

Caminho da Liberdade, de Peter Weir ***1/2



Por mais que resvale em alguns momentos para uma composição dramática um tanto sentimental demais, a verdade é que prevalece em “Caminho da Liberdade” (2010) uma abordagem bastante naturalista no registro visual oferecido pelo diretor Peter Weir. A trama pode ser basicamente a fuga e o esforço quase sobre-humano para sobreviver de um grupo de presos evadidos de um gulag soviético na Sibéria, mas a natureza selvagem não serve apenas como um pano de fundo para os dramas dos personagens. Na forma com que Weir filma tal saga, essa natureza ganha o peso de um personagem – ao mesmo tempo que ela é deslumbrante, também é uma antagonista de peso para aqueles homens (e uma garota) que buscam algum lugar seguro. De densas florestas e rios límpidos a áridos desertos, o ambiente sempre ganha uma conotação de mistério e perigo, formatado dentro de uma narrativa mais propensa ao contemplativo do que a ação vertiginosa. Nesse sentido, a estética de Weir remete bastante a trabalhos de temática parecida de Werner Herzog, ainda que o cineasta australiano não atinja um padrão formal tão radical quando o do diretor alemão.

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