É claro que para analisar uma produção como “Estrada Para Ythaca” (2010) deve-se levar em conta fatores como a infra-estrutura modesta e a proposta estética de cunho experimental. Isso, entretanto, não justifica um resultado final tão falho. A direção fotografia, por alguns momentos, até consegue um resultado visual de certo impacto, além da trilha sonora original propiciar uma ambientação dramática. Mas o que prejudica o filme realmente é uma narrativa trôpega, em que o que interessa para os realizadores é uma certa demonstração de “esperteza” cultural – é como se eles quisessem ser os equivalentes cinematográficos do lirismo musical afetado dos Los Hermanos (as cenas em que os barbudinhos ficam tomando cerveja e cantando bêbados alguns clássicos da MPB são sintomáticas). É quase como se fosse uma declaração: “Somos do povo, bebemos cerveja, mas também somos indies!!”. Os rapazes levantam bandeiras, proclamam aos brados sua opção pelo cinema artístico, mas suas “ousadias” formais e temáticas são pueris e tediosas.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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