A relação entre o escritor de ficção científica Philip K. Dick e o cinema é tempestuosa. Se obras como “Blade Runner – O Caçador de Andróides” (1982) e “O Homem Duplo” (2006) conseguiram adaptar com brilhantismo a ambientação sombria e pessimista do autor, outras produções acabaram apenas se apropriando de algumas premissas e desviaram bastante o espírito paranóico dos livros originais. A recente versão cinematográfica de “Os Agentes do Destino” (2011) se encaixa neste último grupo. A inquietante ideia de que a humanidade tem o seu destino controlado por uma espécie de burocracia de um de plano de realidade paralelo acaba se diluindo numa banal trama romântica, pois as possibilidades criativas que a trama inicial oferece se limitam a adequar o final feliz do casal protagonista. É claro que algumas soluções visuais do filme possuem concepção estética interessante na manipulação dos efeitos especiais que reproduzem a relação entre os diferentes planos de realidade. No final das contas, entretanto, isso acaba sendo pouco para o que uma adaptação de uma obra de Dick costuma prometer.
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