quinta-feira, junho 30, 2011

Bróder, de Jeferson De **1/2



Há em “Bróder” (2010) um certo tom de alegoria na sua encenação. Os personagens parecem mais refletir traços de comportamentos e de tipos sociais do que representar propriamente um ser humano, as situações do roteiro sintetizam situações limites de quem vive nas favelas. Por mais que busque o naturalismo, o diretor Jéferson De acaba oferecendo muito mais um retrato estilizado das suas criaturas e do ambiente que as envolve. Se isso faz com que o filme ganhe uma certa dimensão caricatural em alguns momentos (o que fica evidente na afetada composição dramática da atuação de Caio Blat), por outro lado permite que o cineasta atinja alguns voos formais mais ousados. O registro visual que obtém dos becos, corredores, barracos e casas humildes que servem de cenário para “Bróder”, por exemplo, por vezes assume um tom vertiginoso e tenso, dando uma configuração geral de um labirinto intrincado, o que não deixa de ter uma relação metafórica com o próprio desenvolvimento da trama, em que o trio de protagonistas se mete num vórtice de cerveja, garotas e zoeira.

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