Há uma tendência entre as animações infanto-juvenis
contemporâneas em buscar uma temática que se aproxime de uma abordagem mais
sombria. De certa forma, isso não chega a ser propriamente uma novidade, no
sentido que mesmo algumas das mais antigas fábulas possuem um tom sinistro em
determinadas passagens. Por vezes, tal direcionamento resulta em obras de
seqüências assustadoras, que mexem com alguns dos nossos medos mais profundos,
capazes de perturbar tanto crianças quanto adultos, como em “Coraline e o mundo
secreto” (2009) e “Toy Story 3” (2010). Em outras produções, a referida
vertente se consuma num roteiro que procura tirar o caráter assustador de
elementos que na sua origem trazem uma formatação mais sinistra (vide
“Megamente” e “Meu vilão favorito”, ambos de 2010). “Hotel Transilvânia” (2012)
se vincula a essa segunda corrente mais amena, ao trazer uma trama em que
vampiros, lobisomens, zumbis, franskensteins, múmias e demais figuras afins
trazem uma caracterização “fofinha”. O formalismo do filme é competente no seu
traço e desenvoltura como animação, mas não consegue transcender muito mais do
que isso. A produção ressente também de uma maior ousadia em termos criativos
no sentido que a premissa de mostrar uma visão diferenciada desses monstros
clássicos prometia uma experiência menos óbvia em termos de previsibilidade do
roteiro.
2 comentários:
Apesar dos altos e baixos dessa animação, curti bastante algumas piadas, como aquela no final que tirá sarro da saga Crepúsculo.
No máximo um filme engraçadinho. A história faria mais sentido se fosse protagonizada pela filha do Drácula. Não vi nenhum motivo para que o Drácula, que temia e desprezava os humanos, fosse se empenhar tanto em ocultar e proteger o rapaz dentro do Castelo. Se fosse a Mavis que fizesse isso, por estar apaixonada ou por querer saber sobre o mundo exterior, faria sentido. Mas aí ela seria a "garota que desobedeceu ao pai por causa de um rapaz que acabou de conhecer", essa crítica tão recorrente a filmes infantis. E aí a produção resolveu fazer o pai descumprir suas próprias regras, sem razão plausível.
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