segunda-feira, dezembro 03, 2012

Ted, de Seth MacFarlane ***


Por mais tacanha e reacionária que possa ter parecido a reação do deputado federal sobre o filme “Ted” (2012), ela não deixa também de ser muito emblemática em relação ao espírito da obra. Afinal, o personagem-título e seu amigo John (Mark Wahlberg) são imaturos, preguiçosos, curtem drogas e adoram uma farra, e mesmo assim não são “penalizados” por isso. Num primeiro momento, pode-se dizer que “Ted” seria uma ode ao politicamente incorreto. Na verdade, a ausência de uma moral repressora representa uma concepção mais ampla – dá para dizer que o filme tem uma ideologia libertária, em que os personagens se afastam de alguns dos princípios fundamentais da sociedade contemporânea pequeno-burguesa (sucesso profissional, dinheiro, moralismo cristão), tendo como ideário um simples e simpático hedonismo. Em tempos de neo-conservadorismo político e ascensão de fundamentalismos religiosos, essa postura de “Ted” chega a ser desafiadora. Embalando essa temática até ousada, o diretor Seth MacFarlane se vincula a uma narrativa tradicional, mas eficiente em sua simplicidade, sem esquecer de até aplicar alguns toques quase surreais nas seqüências envolvendo drogas (os delírios oníricos de John com seu herói Flash Gordon representam psicodelismo para as grandes massas).

3 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Abaixo o politicamente correto, pois já ta um saco.

Ricardo Lubisco disse...

André,acabei encontrando o seuu Blog por acaso, e achei bem interessante a forma como tu escreve sobre os filmes. É de uma maneira que eu gosto de ler, com pouca sinopse e mais opinião! Parabéns!

PS: Concordo com o comentário do Marcelo, abaixo o politicamente correto, já encheu mesmo!

Abraços!

www.umadosedecinema.wordpress.com

André Kleinert disse...

Pois é, Ricardo. Eu não tenho muito saco mesmo para ficar escrevendo sobre sinopse de filme, afinal isso já tem bastante pela internet.