Por mais tacanha e reacionária que possa ter parecido a
reação do deputado federal sobre o filme “Ted” (2012), ela não deixa também de
ser muito emblemática em relação ao espírito da obra. Afinal, o
personagem-título e seu amigo John (Mark Wahlberg) são imaturos, preguiçosos,
curtem drogas e adoram uma farra, e mesmo assim não são “penalizados” por isso.
Num primeiro momento, pode-se dizer que “Ted” seria uma ode ao politicamente
incorreto. Na verdade, a ausência de uma moral repressora representa uma
concepção mais ampla – dá para dizer que o filme tem uma ideologia libertária,
em que os personagens se afastam de alguns dos princípios fundamentais da
sociedade contemporânea pequeno-burguesa (sucesso profissional, dinheiro, moralismo
cristão), tendo como ideário um simples e simpático hedonismo. Em tempos de
neo-conservadorismo político e ascensão de fundamentalismos religiosos, essa
postura de “Ted” chega a ser desafiadora. Embalando essa temática até ousada, o
diretor Seth MacFarlane se vincula a uma narrativa tradicional, mas eficiente
em sua simplicidade, sem esquecer de até aplicar alguns toques quase surreais
nas seqüências envolvendo drogas (os delírios oníricos de John com seu herói
Flash Gordon representam psicodelismo para as grandes massas).
3 comentários:
Abaixo o politicamente correto, pois já ta um saco.
André,acabei encontrando o seuu Blog por acaso, e achei bem interessante a forma como tu escreve sobre os filmes. É de uma maneira que eu gosto de ler, com pouca sinopse e mais opinião! Parabéns!
PS: Concordo com o comentário do Marcelo, abaixo o politicamente correto, já encheu mesmo!
Abraços!
www.umadosedecinema.wordpress.com
Pois é, Ricardo. Eu não tenho muito saco mesmo para ficar escrevendo sobre sinopse de filme, afinal isso já tem bastante pela internet.
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