quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Elefante branco, de Pablo Trapero ***


Tanto a estética quanto a temática dos filmes dirigidos por Pablo Trapero passam por uma certa crueza – por vezes quase se aproximando do documental, num estilo que evoca um forte naturalismo. Ainda que isso não represente algo de especialmente novo, pelo menos se afasta do tom asséptico que marca a grande maioria da produção argentina contemporânea. “Elefante branco” (2012) confirma essa coerência autoral de Trapero. O roteiro busca a contundência da denúncia social, mas não cai no puro panfletarismo – há espaço até para uma dimensão intimista inquietante. A abordagem estética também não fica muito atrás em termos de dureza. Trapero impõe uma objetividade seca num registro visual que dispensa maiores rebuscamentos, mas sem cair naquele estilo desnecessário de câmeras tremidas como se quisesse buscar um “cinema reportagem”. No cômputo geral, “Elefante branco” não chega a ser uma experiência cinematográfica especialmente memorável. Tem, entretanto, a capacidade inegável de estabelecer uma narrativa tensa que prende o espectador.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Tai um filme que to devendo comigo mesmo em assistir.