Depois de passar alguns anos engajado em obras de cunho político,
tanto em documentários quanto em filmes baseados em fatos reais, o diretor
norte-americano deixa as ideologias, aprincípio, um pouco de lado e envereda em
“Selvagens” (2012) novamente pelo gênero ação/policial (nos moldes dos marcantes
“Assassinos por natureza” e “Reviravolta). É claro que em se tratando dele não
dá para esperar algo muito tradicional, ainda que estejam lá a violência e a
adrenalina inerente a essa linhagem cinematográfica. Stone mostra a velha
classe formal, com uma direção de fotografia de tons estourados e montagem de
dinâmica frenética, mas que não faz com que o filme caia naquele estilo “videoclipeiro”.
Pelo contrário: as opções estéticas do cineasta acentuam um certo tom sinistro
e uma atmosfera de pesadelo que permeiam a produção. Tal abordagem apresenta sintonia
com a temática um tanto intrincada que emana do roteiro de “Selvagens” – por trás
da trama aparentemente tradicional envolvendo policiais e traficantes, há também
um certo comentário sócio-político sobre a sociedade ocidental, em que os velhos
conceitos de bem e mal parecem cada vez mais difusos e um saudável hedonismo amoral
não parece uma solução tão impossível... No final das contas, Stone mostra que
ainda continua a ser um cara difícil de ser domado.
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