Uma coisa dá para reconhecer com certeza em “O espetacular Homem-Aranha
2 – A ameaça de Electro” (2014): o diretor Marc Webb deixou parte de sua marca
autoral no filme. Mas isso não é algo necessariamente bom para a produção... Webb
se notabilizou com a boa comédia romântica “500 dias com ela” (2009), com as suas
sacadas espertas sobre as agruras e delícias de um namoro. O cara é tão
entusiasmado com esse tipo de abordagem que resolveu levá-la para essa nova
aventura do herói aracnídeo. Dessa forma, ficou-se com um drama mostrando as
idas e vindas do relacionamento amoroso de Peter Parker (Andrew Garfield) e
Gwen Stacy (Emma Stone) que de vez em quando tem algumas cenas de ação do
Aranha (pois é, o protagonista fica reduzido a coadjuvante). O resultado dessa
concepção temática de Webb é uma obra confusa, afinal nem o drama de
relacionamento e nem o filme de aventura parecem encontrar o espaço necessário
para se desenvolverem de forma satisfatória. O cineasta também não consegue
atingir um equilíbrio necessário entre o dramático e o cômico – para os dilemas
apresentados no roteiro, é claro que o tom predominante da narrativa é o
sombrio. Ocorre que há personagens e situações tão caricatos que acabam
reduzindo o impacto de algumas cenas cruciais para o filme. É inegável também
que há qualidade em algumas sequências de ação, mas nada também que fuja
daquilo que estamos acostumados dentro do universo cada vez mais uniforme dos
efeitos computadorizados. Nesse quesito, aliás, de encenação de pancadarias e
explosões, o filme de Webb fica bastante a dever em relação ao ótimo e recente “Capitão
América 2 – O soldado invernal” (2014). Mas o que talvez mais incomode nesse
mais recente capítulo cinematográfico das aventuras do Aranha é a falta de um
planejamento mais orgânico no processo de adaptação do universo do personagem
nos quadrinhos para a tela: fatos e personagens importantes nas HQs são
simplesmente jogados de qualquer forma no roteiro, sacrificando a fluidez da
narrativa cinematográfica. Do jeito que esse reboot está ficando, está dando
saudade do período em que Sam Raimi comandava os filmes do célebre escalador de
paredes, principalmente do extraordinário “Homem-Aranha 2” (2004).
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Embora com os seus defeitos ele é bem superior se comparado ao primeiro. Mas se fomos ir ao fundo, percebemos que essa nova trilogia do personagem até agora não falou para que veio.
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