Em termos de informação, talvez a cinebiografia “Yves
Saint-Laurent” (2014) não traga grandes novidades sobre a vida do célebre
estilista para quem já havia assistido ao documentário “O louco amor de Yves
Saint-Laurent” (2010). Afinal, em termos temáticos, a perspectiva é praticamente
a mesma: o retrato do auge dos loucos anos de moda, sexo e drogas do
protagonista sob o olhar de seu companheiro sentimental (e administrador de sua
carreira) Pierre Bergé. O filme do diretor Jalil Lespert recria até com
bastante fidelidade algumas passagens do referido documentário. Mesmo assim, não
deixa de ser uma produção bastante curiosa, mesmo porque a encenação concebida
por Lespert por vezes tem um vigor narrativo expressivo, principalmente quando
envereda para o lado selvagem da vida de Saint-Laurent. Ao mesmo tempo,
preserva a sutileza e elegância estética ao focar naquilo que tornou seu personagem
principal numa das mais icônicas figuras do universo da moda. É claro que o
filme traz alguns dos vícios tradicionais no gênero (alguns excessos de
convencionalismos formais, narrativa tendendo ao novelesco), mas não deixa de
ter um estranho encanto na sua combinação de sentimentalismo e sordidez.
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