sexta-feira, julho 17, 2015

Homem-Formiga, de Peyton Reed ***


O britânico Edgar Wright era o nome inicialmente previsto para dirigir “Homem-Formiga” (2015). Devido a tradicionais diferenças criativas com produtores, acabou cedendo o lugar para Peyton Reed. Ainda sim, dá para sentir algo do particular talento de Wright no filme em questão (ele é até creditado como um dos autores do roteiro). A combinação entre aventura escapista e toques de humor não é tão azeitada quanto nos brilhantes “Chumbo Grosso” (2007) e “Scott Pilgrim contra o mundo” (2010), mas ainda sim rende uma obra bem satisfatória dentro do gênero “super-herói”. Ao contrário dos excessos melodramáticos e das cenas de ação genéricas de “Vingadores – A era de Ultron” (2015), “Homem-Formiga” se destaca pela concisão de sua trama e por sequências marcantes de pancadaria. O roteiro faz uma eficiente síntese entre elementos típicos de HQs e ficção-científica B (aliás, as explicações científicas sobre os fenômenos da redução de tamanho e comunicação com formigas são até bem convincentes e divertidas), além de revelar uma veia cômica afiada, sem cair naquelas piadinhas infames e burocráticas de Tony Stark. As trucagens digitais de grafismo expressivo estão em sintonia com o espírito nostálgico da produção. No mais, “Homem-Formiga” consegue manter o padrão de qualidade dos estúdios Marvel – a adaptação se mostra acessível para neófitos e também agrada aos “marvetes” roxos ao preservar a essência dos quadrinhos. E cada vez mais a interação entre as produções do estúdio se mostra natural e coerente, configurando um universo de interessantes possibilidades criativas.

Um comentário:

Marcelo Castro Moraes disse...

Homem Formiga é uma prova que aventuras de super heróis no cinema podem ser tanto descompromissadas, como também ricas em detalhes dos quais nós meros mortais não enxergamos ao olho nu.