Não é novidade que a grande inspiração para o primeiro “O
exterminador do futuro” (1984) foi a HQ “Dias de um futuro esquecido”, clássica
saga dos X-Men. Aliás, esse arco de histórias é tão bom que acabou recebendo
uma bela adaptação para o cinema no mais recente filme da franquia dos
mutantes. A produção original dirigida por James Cameron levou aquela
influência dos “comics” para um patamar diferenciado, combinando o clima sórdido
de ficção científica B com uma dinâmica de aventura típica dos gibis de
super-heróis. Na continuação dirigida por Cameron em 1991, havia uma
ambientação mais grandiosa, épica, mas ainda em sintonia com aquela equação
artística da primeira parte. O grande mérito de “O exterminador do futuro:
Gênesis” (2015) é justamente retomar esse pique dos dois primeiros filmes da
série. É claro que o diretor Alan Taylor está bem longe de ter a mesma classe
formal de Cameron. Ainda sim, seu filme é bem convincente na mescla de
reciclagem e atualização dos cânones da franquia. Há cenas que evocam elementos
antológicos das obras dirigidas por Cameron, principalmente em detalhes de
trucagens e enquadramentos. Por outro lado, esse novo capitulo aprofunda o
conceito sobre viagens no tempo e a possibilidade de existência de dimensões
paralelas, gerando algumas soluções criativas para a trama que oscilam entre o
estapafúrdio e o bem sacado. Nesse contexto, o filme de Taylor faz a franquia
se aproximar novamente da ambientação de aventura alucinada das HQs. Esse sopro
renovador joga essa retomada da saga para algo além da continuação oportunista
e deixa até uma curiosidade para o que vem por aí nas inevitáveis continuações.
Um comentário:
Eu particularmente achei alguns momentos exagerados com relação as viagens do tempo e a solução que eles fizeram para manter um dos protagonistas ainda vivo achei muito boba.
Postar um comentário