Há alguns quesitos que realmente são impecáveis em “Desejo e Perigo” (2007). A fotografia é de encher os olhos, com enquadramentos e cores mágicos. A direção de arte impressiona pelo requinte e cuidado histórico ao recriar visualmente a China dos anos 30 e 40, principalmente no aspecto do vestuário. As muito comentadas seqüências de sexo beiram o explicito, sendo filmadas com desenvoltura, além de combinarem habilmente sentimentos contraditórios de sensualidade e desespero. Apesar de todas essas qualidades, entretanto, “Desejo e Perigo” é uma produção irregular, principalmente pela sua narrativa trôpega, marcada por períodos constantes de excessos contemplativos que embalam uma convencional trama romântica (ainda que temperada pelas tendências sadomasoquistas dos protagonistas). Assim, ainda que seja um bom filme, a produção decepciona principalmente pelo fato de ser dirigida pelo chinês Ang Lee, o mesmo de excelentes obras como “Tempestade de Gelo” (1997), “O Tigre e o Dragão” (2000) e “Brokeback Mountain” (2005).
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