Dentro daquele padrão cinema inglês “de qualidade”, pode-se dizer que “Amor Extremo” (2008) preenche os requisitos necessários: trama com fatos históricos maquiados, direção de arte competente, fotografia bonita, elenco fotogênico. Aparentemente, a produção até tem um certo ar moderninho ao tratar com relativa naturalidade a ciranda de traições entre um “quadrado” amoroso. A receita de 2ª Guerra Mundial, romance, adultério e sexo é potencialmente explosiva. O resultado final, todavia, é bem convencional. O ritmo narrativo de “Amor Extremo” é ortodoxo e cansativo – fica-se com a impressão de estarmos vendo situações encenadas ad infinitum e registradas com pomposidade excessiva e desnecessária. O fato de ter o poeta Dylan Thomas como um dos personagens protagonistas pouco contribui para arejar o filme com alguma vida. Até a própria trilha sonora de Angelo Badalamenti parece contaminada pela falta de brilho, em nada lembrando as brilhantes músicas que já compôs para obras de David Lynch. No mais, Keira Knightley oferece uma interpretação insossa, emulando constantemente tíquetes dramáticos que já tinha explorado com mais encanto em “Orgulho e Preconceito” (2005) e “Desejo e Reparação” (2007).
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