quinta-feira, junho 28, 2012

A dançarina e o ladrão, de Fernando Trueba **


O cineasta espanhol Fernando Trueba ganhou prestígio artístico mundial em 1992 quando lançou “Sedução”, obra que também lhe garantiu um Oscar na categoria melhor filme estrangeiro. No referido filme, havia uma bem equilibrada mistura entre a comédia irônica e o drama histórico para narrar as desventuras amorosas de um vagabundo em plena era franquista. Em “A dançarina e o ladrão” (2009), Trueba volta a abordar a temática da ditadura, só que dessa vez escolhe a chilena do general Pinochet. Na verdade, a trama se desenrola logo após o fim do período autoritário em questão, focando as conseqüências que a repressão causou para os seus principais personagens. O cineasta apresenta uma certa indecisão criativa: por oras navega no melodrama, em outros momentos flerta com o realismo fantástico, até se aventura pelo thriller do gênero “grandes assaltos”. Em nenhum desses direcionamentos o filme convence. Trueba não apresenta a verve sarcástica de outrora, descambando por vezes para o dramalhão excessivo, sem sutileza e moralista. Em termos formais, é uma produção meramente competente, com uma estética no estilo “não fede, não cheira”. E Ricardo Darin continua naquela sua sina: uma boa atuação desperdiçada no meio de uma produção derivativa.

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