A fórmula narrativa de “Um dia” (2011) é simples e, a
principio, soa como uma boa sacada: narrar a evolução do relacionamento de um
casal por 20 anos, centralizando sempre no mesmo dia de cada ano. Na abordagem,
a diretora Lone Scherfig concilia um lado romântico com um certo viés realista,
no sentido de buscar fatos que criem uma identificação com uma parcela da audiência.
O resultado final, entretanto, é de frouxidão temática e formal. A composição
dramática é pouco consistente, rasa mesmo, com Scherfig se apoiando em golpes
sentimentais e algumas lições edificantes para ganhar o espectador. Além disso,
o roteiro pouco aprofunda o desenvolvimento dos personagens e situações. A
captação do espírito de cada época que o filme retrata é superficial, parecendo
se limitar à diferenciação de figurino e na escolha de canções da trilha sonora
(nesse último quesito, pelo menos fica evidente que a década de 90 foi um belo
período para o rock e pop!).
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