sexta-feira, junho 01, 2012

Curling, de Denis Côté **1/2


Por mais que se possa reclamar de uma alegada superficialidade e da pasteurização de boa parte dos blockbusters que dominam as nossas telas, é de se convir também que uma fatia considerável do cinema independente, pretensamente mais artístico ou experimental, também é adepta de fórmulas estéticas e temáticas um tanto óbvias. A produção canadense “Curling” (2009) é um bom exemplo desta última linhagem. A boa fotografia a registrar paisagens rurais e gélidas, o distanciamento emocional da narrativa e a caracterização excêntrica do elenco até formam um todo curioso e por vezes envolvente. O saldo final deste minimalismo formal, entretanto, acaba gerando uma obra que não arrebata em nenhum momento. Ainda que o diretor Denis Côté tenha preferido manter um tom irônico que seja coerente com a proposta de fazer um retrato seco e objetivo daqueles que fogem dos ocidentais padrões de normalidade, isso também gera um filme que dificilmente permanecerá no imaginário do espectador.

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