O livro “A guerra dos botões” é um clássico da literatura
infantil e já recebeu algumas versões para o cinema. Esta mais recente adaptação
(2011) não se propõe a uma visão radical em relação às obras anteriores. Claro,
alguns pequenos detalhes buscam uma atualização de leve, como o fato de ter uma
menina que adquire um tom mais ativo dentro dos conflitos entre dois grupos
rivais de crianças e adolescentes. Mas no cerne, o filme de Yann Samuell busca
uma saudável nostalgia, evocando uma época em que os infantes nem poderiam
supor que um dia existiria vídeo games ou internet. Isso não quer dizer que o
filme seja conservador. Significa que há apenas uma abordagem formal sem
estilizações ou tons sombrios. A fotografia é clara e luminosa, o registro da
ação dispensa a edição picotada ou outros
truques, o delineamento dos personagens não se atem a maiores profundidades
psicológicas (mas sem fazer com que eles não tenham um inegável carisma).
Samuell elabora com sensibilidade uma atmosfera equilibrada entre a comicidade
e a dramaticidade das situações, compondo uma obra em perfeita sintonia com a
forte tradição do cinema francês em propor uma visão diferenciada sobre a
juventude (a exemplo de título como “Os incompreendidos” e “O pequeno Nicolau”).
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