segunda-feira, outubro 08, 2012

A guerra dos botões, de Yann Samuell ***


O livro “A guerra dos botões” é um clássico da literatura infantil e já recebeu algumas versões para o cinema. Esta mais recente adaptação (2011) não se propõe a uma visão radical em relação às obras anteriores. Claro, alguns pequenos detalhes buscam uma atualização de leve, como o fato de ter uma menina que adquire um tom mais ativo dentro dos conflitos entre dois grupos rivais de crianças e adolescentes. Mas no cerne, o filme de Yann Samuell busca uma saudável nostalgia, evocando uma época em que os infantes nem poderiam supor que um dia existiria vídeo games ou internet. Isso não quer dizer que o filme seja conservador. Significa que há apenas uma abordagem formal sem estilizações ou tons sombrios. A fotografia é clara e luminosa, o registro da ação dispensa a edição picotada ou outros truques, o delineamento dos personagens não se atem a maiores profundidades psicológicas (mas sem fazer com que eles não tenham um inegável carisma). Samuell elabora com sensibilidade uma atmosfera equilibrada entre a comicidade e a dramaticidade das situações, compondo uma obra em perfeita sintonia com a forte tradição do cinema francês em propor uma visão diferenciada sobre a juventude (a exemplo de título como “Os incompreendidos” e “O pequeno Nicolau”).

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