A trilogia concebida por Christopher Nolan para Batman
apresenta uma certa esquizofrenia em relação à abordagem de cada um dos filmes.
“Batman Begins” (2006) era tão sóbrio e contido que beirava a assepsia. Já “Batman
– O cavaleiro das trevas” (2008) era incrivelmente denso na construção psicológica
de seus personagens e situações, mas também enveredava para um thriller de ação
bastante movimentado. Não à toa, foi o melhor filme disparado da franquia de
Nolan. A conclusão da saga em “Batman – O cavaleiro das trevas ressurge” (2012)
é a negação dos filmes anteriores: é exagerado, desprovido de sutileza, com uma
dramaticidade derramada que beira o brega, repleto de personagens mal
caracterizados. É tão barulhento e frenético que chega até a hipnotizar o
espectador no seu turbilhão constante de mil coisas acontecendo ao mesmo tempo.
Se por um lado a platéia fica seduzida com o pandemônio de Nolan, logo após o
final do filme corre o risco de sentir um certo vazio. Fica-se com a sensação
de uma obra pensada e executada às pressas, muito distante das nuances
narrativas bem delineadas da segunda parte. É claro que o furor sentimental do
filme até tem uma certa conotação cativante.
Mas irrita ver um protagonista como Batman tão
estúpido e impulsivo (como é que lá pela metade do filme ele não percebeu que o
seu interesse romântico era a verdadeira vilã da trama? Por que ele,
enfraquecido e fora de forma, resolve procurar um Bane no auge do vigor físico
para enfrentá-lo num corpo-a-corpo suicida?) e trucagens digitais derivativas
em excesso. Diante desse quadro, um reboot para a franquia até não chega a ser
uma má idéia...
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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Um comentário:
Discordo meu amigo, mas cada um tem a sua opnião. Não que eu ache o terceiro superior ou inferior ao anterior, mas ele fecha satisfatoriamente a visão que Nolan tinha com relação ao personagem, que fica no fundo do poço literalmente e se ergue das trevas para um bem maior. A cena que ele sobe daquele buraco foi tão fantástica, que algumas pessoas começaram a gritar a mesma coisa que os prisioneiros gritaram.
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