Um dos tipos mais característicos de produções italianas são
aquelas comédias dramáticas que transitam sem cerimônia entre o sentimental, o
irônico e o sensual. “A primeira coisa bela” (2010) se mostra como um exemplar
razoável dessa linhagem. O filme do diretor Paolo Virzi tangencia algumas
complexidades, principalmente quando foca a personalidade do protagonista
Bruno (Valério Mastandrea), um professor quarentão desajustado e viciado em
drogas. Quando o roteiro parte para as explicações do comportamento de Bruno,
centra-se na figura de uma mãe amorosa e um tanto irresponsável. A narrativa
envereda na transição entre o presente e o passado de forma esquemática,
utilizando o manjado recurso de que a melhor compreensão do que ocorreu na
trajetória dos personagens fará com que no presente eles sejam pessoas
razoáveis. Apesar de suas simplificações temáticas e de um formalismo quadradão
que não o tornam uma experiência cinematográfica especialmente memorável, o
filme até cativa em alguns momentos por um certo caráter bonachão de
determinadas sequências.
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