Filmes cuja intenção principal é divulgar alguma doutrina
religiosa não representam uma novidade. É só se prestar atenção na regularidade
com que aparecem em nossos cinemas produções de temática espírita ou católica.
Agora uma produção a defender de forma veemente o ateísmo não é algo que
aparece todo dia. E esse é o caso de “A tentação” (2011). A visão da obra sobre
a religiosidade é pouco lisonjeira – crenças serviriam apenas para estimular o
fanatismo e o obscurantismo, gerando infelicidade para os seus crentes.
Independente de concordar ou não com tal ótica, o que mais incomoda no filme é o
traço esquemático de sua narrativa, além da forma caricatural com que
caracteriza os seus “vilões”. A ideia central da possibilidade de transcendência
de um ser humano mesmo não tendo alguma religião é interessante, mas acaba
retratada de forma banal. Assim, no máximo, pode-se dizer que “A tentação”
desperta curiosidade pela sua temática inusitada, mas apenas por isso.
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