O segredo para que uma adaptação cinematográfica de uma HQ
de super-herói seja bem sucedida talvez nem seja tão complicado assim. Num
primeiro momento, como esse tipo de filme se enquadraria no gênero aventura,
seria muito recomendável que o cineasta envolvido no projeto fosse um cara com
boa mão para cenas de ação. O segundo ponto fundamental seria de que o roteiro
e a ambientação da produção soubessem manter a essência original do personagem
em questão, preservando aquilo que fosse fundamental na caracterização daquela
figura e do seu universo. A atenção a essa simples equação teórica é a chave
para entender porque “Capitão América 2 – O soldado invernal” (2014) é o melhor
filme solo da Marvel como produtora cinematográfica desde que ela decidiu
estabelecer esse universo de obras que interagem entre si. A trama é básica e
descomplicada, colhendo elementos dramáticos importantes dentro da trajetória
do protagonista nos quadrinhos, mas sem dar aquela impressão de estar apenas
juntando fatos importantes de forma aleatória. Assim, percebem-se questões que
são intrínsecas à natureza do herói – a corrupção de agentes do governo que
levam o Capitão América (Chris Evans) a questionar o seu próprio patriotismo, o
seu elevado senso moral que contrasta com o cinismo da sociedade contemporânea,
a combinação de força física e determinação mental que o torna uma força da
natureza incontrolável. Além disso, a direção segura dos irmãos Anthony e Joe
Russo cria uma narrativa dinâmica e repleta de sequências de ação deslumbrantes
no seu detalhismo cênico. As cenas do atentado contra Nick Fury (Samuel L.
Jackson) e os brutais embates entre o Capitão e o Soldado Invernal (Sebastian
Stan), por exemplo, são primorosas na conjunção de tensão e violência gráfica.
Diante do triunfo artístico e comercial de “Capitão América
2 – O Soldado Invernal”, a Marvel retoma o interesse e curiosidade pelas suas
próximas produções depois da frustração com o tom engraçadinho e anódino de “Thor
2” e “Homem
de ferro 3” .
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