Dá até para perceber que a intenção do diretor Mauricio
Cuervo tem um certo caráter ambicioso em “Crônica do fim do mundo” (2012) ao
combinar elementos diversos como humor negro, drama familiar, crítica social e
até elementos insólitos como a crença no final dos tempos segundo o calendário
maia, procurando, assim, fazer uma espécie de retrato contemporâneo da
sociedade de seu país. Além disso, escolheu um ator muito carismático, Victor
Hugo Morant, para interpretar o protagonista Pablo Bernal, um excêntrico idoso
que há mais de duas décadas não sai de casa devido a um trauma com terroristas
e que passa os dias ligando para antigos e atuais desafetos para destratá-los
verbalmente. Todas as boas ideias do filme, entretanto, esbarram numa direção
muito comedida por parte de Cuervo. A concepção formal do cineasta praticamente
nunca ultrapassa um cansativo padrão de longas tomadas fixas a registrar
intermináveis diálogos. É uma produção que por vezes até mantém a atenção,
principalmente pela atuação de Morant, mas que não arrebata em nenhum momento.
Vale mais como uma curiosidade para conhecer a cinematografia recente de outros
países sul-americanos.
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