De certa forma, é fácil simpatizar com “Cine Holliúdy” (2012).
Há um misto de ingenuidade e honestidade tanto no roteiro do filme quanto na
forma com que o diretor Halder Gomes conduz a narrativa. Além disso, a produção
faz questão de ressaltar seu regionalismo particular, o que se evidencia nos diálogos
repletos de expressões e neologismos que configuram quase um dialeto próprio (o
que tornam necessárias legendas permanentes) e em algumas situações da trama.
Esses elementos idiossincráticos, aliados a algumas insólitas referências à
cultura pop e ao carisma natural de parte do elenco, por vezes até garantem
alguns momentos de graça espontânea para a obra, mas também são incapazes de
por si só garantirem o equilíbrio da narrativa. A encenação histriônica
elaborada pelo diretor e o excessivo tom mambembe e amadorístico da maioria das
passagens de “Cine Holliúdy” o tornam um trabalho enfadonho, reduzindo o
destino da obra a ser encarada como uma mera curiosidade exótica do cinema
nacional do que propriamente um trabalho interessante.
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