sexta-feira, janeiro 16, 2015

Cine Holliúdy, de Halder Gomes *


De certa forma, é fácil simpatizar com “Cine Holliúdy” (2012). Há um misto de ingenuidade e honestidade tanto no roteiro do filme quanto na forma com que o diretor Halder Gomes conduz a narrativa. Além disso, a produção faz questão de ressaltar seu regionalismo particular, o que se evidencia nos diálogos repletos de expressões e neologismos que configuram quase um dialeto próprio (o que tornam necessárias legendas permanentes) e em algumas situações da trama. Esses elementos idiossincráticos, aliados a algumas insólitas referências à cultura pop e ao carisma natural de parte do elenco, por vezes até garantem alguns momentos de graça espontânea para a obra, mas também são incapazes de por si só garantirem o equilíbrio da narrativa. A encenação histriônica elaborada pelo diretor e o excessivo tom mambembe e amadorístico da maioria das passagens de “Cine Holliúdy” o tornam um trabalho enfadonho, reduzindo o destino da obra a ser encarada como uma mera curiosidade exótica do cinema nacional do que propriamente um trabalho interessante.

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