quarta-feira, janeiro 21, 2015

Um amor em Paris, de Marc Fitoussi **1/2


O cinema francês cada vez mais se formata a padrões de narrativa que se adaptam a um denominador comum universal, a um ponto que seus aspectos de identidade cultural e artística fiquem difusos. Nesse sentido, “Um amor em Paris” (2014) é uma obra emblemática de tal tendência– quantas obras recentes da França o espectador já viu versando sobre mulheres de meia-idade (ou mesmo na velhice) em crise existencial no casamento? Há algumas décadas, tal temática receberia uma abordagem mais contundente por parte dos cineastas franceses. Hoje em dia, entretanto, como no filme em questão do diretor Marc Fitoussi, o registro é suavizado, agridoce, beirando até em termos estéticos e textuais algumas convenções de genéricas comédias românticas norte-americanas. É de se convir que Fitoussi não se converte totalmente para tais concepções artísticas. Afinal, por vezes dá para se observar um cuidado formal diferenciado na composição de algumas tomadas, além da dupla de protagonistas Isabelle Huppert e Jean-Pierre Darroussin terem estofo dramático suficiente para darem um impacto consistente para algumas cenas.

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