O cinema francês cada vez mais se formata a padrões de
narrativa que se adaptam a um denominador comum universal, a um ponto que seus
aspectos de identidade cultural e artística fiquem difusos. Nesse sentido, “Um
amor em Paris” (2014) é uma obra emblemática de tal tendência– quantas obras
recentes da França o espectador já viu versando sobre mulheres de meia-idade
(ou mesmo na velhice) em crise existencial no casamento? Há algumas décadas,
tal temática receberia uma abordagem mais contundente por parte dos cineastas
franceses. Hoje em dia, entretanto, como no filme em questão do diretor Marc
Fitoussi, o registro é suavizado, agridoce, beirando até em termos estéticos e
textuais algumas convenções de genéricas comédias românticas norte-americanas. É
de se convir que Fitoussi não se converte totalmente para tais concepções artísticas.
Afinal, por vezes dá para se observar um cuidado formal diferenciado na
composição de algumas tomadas, além da dupla de protagonistas Isabelle Huppert
e Jean-Pierre Darroussin terem estofo dramático suficiente para darem um
impacto consistente para algumas cenas.
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