terça-feira, janeiro 27, 2015

Um milhão de maneiras de pegar na pistola, de Seth MacFarlane *1/2



É provável que tanto os fãs do seriado televisivo “The Family Guy” quanto aqueles que curtiram muito “Ted” (2012), ambos criações do diretor e roteirista Seth MacFarlane, terão uma baita decepção ao assistir “Um milhão de maneiras de pegar na pistola” (2014). A premissa da produção até que é interessante: tirar um sarro com os clichês e a aura mítica do gênero dos faroestes. Por vezes, dá para perceber algumas boas sacadas irônicas de MacFarlane nesse processo de dessacralização. O que prejudica tais boas intenções, entretanto, é uma formatação equivocada ao extremo – o espectador tem a constante impressão de que está assistindo a uma longa apresentação de stand up por parte de MacFarlane, tendo como cenários paisagens e cidades poeirentas, locais típicos de um “bangue-bangue”. Tal escolha do diretor traz sérios prejuízos ao ritmo narrativo de seu filme, tirando qualquer traço de fluência e naturalidade. Em algumas sequências, surge um eventual rasgo de boa comédia, com uma abordagem oscilando entre o delirante e o escatológico. Mas no geral o que predomina é uma verborragia irritante de MacFarlane em piadas e comentários pretensamente ácidos e de resultados cômicos pífios.

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