Talvez “A Bruxa de Blair” (1999) não tenha sido o primeiro filme a usa a câmera subjetiva como forma única de filmagem, mas, certamente, é a produção que consagrou tal prática. Nesse tipo de realização, parte-se da premissa que um dos personagens, ou mais de um, é quem está segurando a câmera que filma o que o espectador está assistindo. Por mais que tal técnica permita uma abordagem mais “realista” para a filmagem, a verdade é que a mesma é perigosamente limitadora tanto o para acabamento formal da obra quanto para a própria criatividade dos realizadores. Afinal, para se chegar ao nível de verossimilhança pretendido, por vários momentos somos obrigados a agüentar enquadramentos tremidos ou fora do foco principal da cena. O melhor filme, na minha opinião, desse gênero é o espanhol “(Rec)” (2007), até porque ele rompe com algumas dessas regras: não temos o tremelicar constante da câmera e geralmente conseguimos ver aquilo que nos interessa no enquadramento. Toda essa introdução serve para dizer que “Filme Caseiro” (2008), debut do cineasta norte americano Christopher Denham, utiliza-se dessa estética “subjetiva” – na sua trama, um pai resolve filmar o quotidiano de diabruras do seu casal de filhos e descobre que os dois são perigosos esquizofrênicos. Esse mote é um pouco absurdo e o filme padece um pouco dos problemas aludidos acima, originados do seu estilo de filmar. Mesmo assim, Denham consegue propiciar ao espectador alguns momentos assustadores pela violência explícita de algumas cenas e também pela tensão de outras seqüências.
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