quinta-feira, dezembro 31, 2009

Trama Internacional, de Tom Tykwer ***1/2


Depois do insosso “O Perfume” (2007), “Trama Internacional” (2008) marca finalmente a volta da inspiração para o cineasta alemão Tom Tykwer. Desde o bombástico “Corra, Lola, Corra” (1998) que o diretor não mostrava uma produção realmente relevante. E o curioso é que o seu retorno à boa forma artística ocorre justamente em um filme de um gênero já bastante desgastado – thrillers pretensamente políticos de ação e espionagem que tem como vilões grandes entidades corporativas (no caso de “Trama Internacional” seria um banco multinacional que financia guerras civis em países de 3º Mundo visando lucrar no comércio de armas e afins). O motivo que torna “Trama Internacional” uma obra acima da média não é exatamente a seriedade com que trata a questão política abordada (no final das contas, essas motivações nesse tipo de filme servem apenas como pretexto para a ação e a aventura). Tykwer conduz com precisão uma narrativa que combina momentos de intrigas e seqüências eletrizantes de ação. O ápice do filme são as vertiginosas tomadas de um violento tiroteio em pleno Museu Guggenheim – é claro que o cineasta quis fazer uma contraposição entre a brutalidade do conflito com a atmosfera de sensibilidade que vem de um museu, mas Tykwer parece filmar com um prazer perverso tais cenas ao esmiuçar a destruição, o sangue e os estampidos dos disparos, lembrando até mesmo o bom e velho Sam Peckinpah. Outro ponto positivo de “Trama Internacional” é a ótima escolha de Clive Owen como protagonista – ele saber ser durão como um Dirty Harry sem cair na inexpressividade dramática.

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