Se Barry Adamson com o Magazine ajudou a forjar a sonoridade do pós-punk inglês, e com Nick Cave colaborou no processo de recriação do blues e outros gêneros ancestrais, em sua carreira solo ele procurou outras vias para expressar suas particularíssimas concepções sonoras. Abandonando de vez as tradicionais formações rock e a velha estrutura de canções pop para tocar na rádio, o inquieto músico inglês preferiu se dedicar à elaboração de temas, na sua maioria instrumentais, influenciados pela rica tradição das trilhas sonoras cinematográficas, com ênfase especial para aquelas feitas para clássicos filmes policiais. Moss Side Story (1989), álbum de estréia de Adamson, já traz toda essa estética de forma perfeitamente delineada. Não espere, entretanto, uma mera homenagem que se limita a reciclar clichês. Adamson vai muito mais longe, pois ele pega os elementos básicos dos cânones desse gênero musical e filtra os mesmos através de sua rica bagagem como velho guerreiro do rock underground. Assim, orquestrações e melodias soturnas convivem com estranhas dissonâncias e instrumentações atípicas. Dentro dessa abordagem sui generis, mesmo regravações, como a revisão do tema principal de O Homem do Braço de Ouro, acabam soando como peças próprias de Adamson.
A intenção inicial de Barry Adamson ao arquitetar tais molduras sonoras era fazer “trilhas sonoras imaginárias”, ou seja, músicas para filmes que não existem. O resultado expressivo de tal trabalho, todavia, não passou desapercebido, sendo que o gênio cinematográfico David Lynch acabou utilizando alguns temas de Adamson na maravilhosa trilha sonora do surreal A Estrada Perdida.
A intenção inicial de Barry Adamson ao arquitetar tais molduras sonoras era fazer “trilhas sonoras imaginárias”, ou seja, músicas para filmes que não existem. O resultado expressivo de tal trabalho, todavia, não passou desapercebido, sendo que o gênio cinematográfico David Lynch acabou utilizando alguns temas de Adamson na maravilhosa trilha sonora do surreal A Estrada Perdida.
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