Assim como em “Durval Discos” (2002), seu longa de estréia, a diretora Anna Muylaert consegue obter um interessante tom de crônica de costumes em algumas seqüências de “É Proibido Fumar” (2008) ao retratar o cotidiano modorrento e acomodado de Baby (Glória Pires), professora de violão solteirona e fumante inveterada. A caracterização de personagens e situações é bem delineada, tendo até uma certa profundidade, apesar do acabamento formal convencional do filme não permitir vôos criativos mais altos. Muylaert perde bastante o controle da narrativa quando converte a mesma numa trama de suspense que se resolve de maneira muito fácil e conciliadora. O forçado final feliz retira muito do impacto do que poderia ser uma visão mais crua da solidão humana e das dificuldades de relacionamentos.
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