A opção de narrativa em “Programa Casé – O Que A Gente Não Inventa, Não Existe” (2010) é árida. Utiliza-se como fio condutor o áudio de uma entrevista de Ademir Casé, protagonista biografado neste documentário, para o Museu da Imagem e do Som, tendo como pano de fundo visual uma série de imagens de arquivo, intercalando-se com depoimentos atuais de pessoas que o conheceram (inclusive a neta Regina Case). A edição de todo esse material é realizada com certa competência, mas não é o suficiente para que o filme não caia numa mesmice formal em alguns momentos que induzem a bocejos. Mesmo assim, entretanto, “Programa Casé” se reveste de importância como uma obra relevante por ser um retrato fiel e esclarecedor sobre o surgimento de um formato de programas de rádio que ainda hoje resiste em algumas estações. É um digno retrato histórico também por contextualizar com detalhes a evolução da forma com que a música popular brasileira se inseriu no imaginário da população, fenômeno esse que pode ser conferido atualmente na adulação popular que artistas contemporâneos recebem. E é claro que não dá para esquecer como um atrativo especial para assistir ao filme a possibilidade de ver registros audiovisuais raros, com especial destaque para as gravações do Bando da Lua em um programa televisivo, aparecendo o fundamental Noel Rosa em plena ação.
Boa parte de amigos e conhecidos costuma dizer que as minhas recomendações para filmes funcionam ao contrário: quando eu digo que o filme é bom é porque na realidade ele é uma bomba, e vice-versa. Aí a explicação para o nome do blog... A minha intenção nesse espaço é falar sobre qualquer tipo de filme: bons e ruins, novos ou antigos, blockbusters ou obscuridades. Cotações: 0 a 4 estrelas.
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