Este é o tipo de filme que dá sopa para o azar no sentido de ter quase todos os requisitos para ser desprezado pela crítica e uma parcela mais seletiva do público: traz no papel principal uma estrela juvenil tentando ganhar respeito como atriz série (no caso, a famosa Hanna Montana, ou Miley Cyrus), roteiro que explora o gasto conceito de conflitos geracionais que terminam em lições de vida, personagem simpático que morre de alguma doença, fotografia limpinha, mocinho e mocinha que depois de alguns desencontros acabam ficando juntos no final. O resultado final realmente é pouco criativo e quase nada memorável. Está longe, entretanto, de ser deplorável. Dentro de seu manjado padrão de melodrama lacrimoso, “A Última Música” (2010) funciona com razoável eficiência (pelo menos na sessão em que assisti ao mesmo, tinha muita gente com os olhos marejados após o término da exibição). Por mais que seja descartável como experiência cinematográfica, pelo menos há uma narrativa que prende a atenção do expectador, além do fato da diretora Julie Anne Robinson explorar o ambiente litorâneo do filme com alguma sensibilidade visual. Tais qualidades apontadas de “A Última Música” podem parecer insuficientes como motivação para os céticos verem esta produção, mas se mostram bem mais cativantes que a concepção formal truncada de “Nosso Lar” (2010), por exemplo, que tem aquela atmosfera de vídeo institucional espírita.
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