Assim como boa parte do melhor que se produz atualmente em termos de animação, “Carros 2” (2011) traz uma gama de referências visuais e temática tão grande que de certa forma acaba sendo até mais atrativo para os adultos do que para as crianças. A trama evoca as conspirações rocambolescas típicas dos filmes iniciais da franquia de 007 com Sean Conery, o que dá para a animação um sabor nostálgico. O tom de parábola moral da primeira parte se mantém, mas acrescido desse pendor para a aventura mais elaborada, cheia de reviravoltas e momentos de tensão, ainda que temperada pelo viés cômico. Graficamente, a obra de Brad Lewis é de encher os olhos. A recriação estilizada de Tóquio e Londres combina com precisão realismo e fantasia, além de um admirável senso de ironia ao tirar um sarro de leve das afetações características de cada uma das nações em que a trama da produção se desenrola. E é claro que as citações e referências de “Carros 2” seriam meros truques formais sem maiores consequências se não viessem acompanhadas de uma narrativa que dosa habilmente ação alucinante e momentos estilo “lições edificantes de vida”.
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