quarta-feira, julho 13, 2011

Kung Fu Panda 2, de Jennifer Yuh ***1/2



Uma das coisas que mais me surpreendeu no primeiro “Kung Fu Panda” (2008) foi o fato de elementos como filosofias orientais e várias cenas de pancadaria conseguiam se combinar dentro de um formato de desenho animado infantil. Em “Kung Panda 2” (2011), as coisas vão ainda mais longe – há massacre de aldeias, reminiscências infantis perturbadoras, morte brutal de um herói, combates ainda mais violentos. Mas o senso de espetáculo e a ironia também estão sempre presentes, fazendo desta nova aventura da série uma continuação mais que digna. O requinte visual da reconstituição de época de uma China antiga é magnífico, com enquadramentos e grafismo que remetem a verdadeiras pinturas. O uso do antropomorfismo mostra uma precisa sacada conceitual na medida que a escolha de determinados animais para os personagens reflete uma criativa associação de personalidades. Nesse sentido ainda, a incorporação de nuances da mitologia oriental dentro do roteiro é bem amarrada e natural, valorizando alguns dos mais interessantes conceitos dessa cultura. E é claro que não dá para esquecer da qualidade das sequências de ação, verdadeiros balés em termos de sincronia e valorização de detalhes nos movimentos dos personagens, remetendo ao que melhor se fez no gênero dos filmes de artes marciais, mas sempre temperando com toques próprios e cômicos ao se ter como protagonista das lutas um protagonista de estilo tão desajeitado.

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