A proposta narrativa de Jorge Durán em “Não Se Pode Viver Sem Amor” (2010) é interessante como conceito. Três histórias paralelas que vão estabelecendo pontos em comuns até atingirem um denominador como trama única lá pelo seu terço final. Para fazer tal interligação, há toques de elementos fantásticos no roteiro. Se essa união entre uma abordagem naturalista e elementos de fantasia traz momentos insólitos que garantem o interesse para o filme, também é responsável pelo ponto fraco da produção, no sentido de revelar uma certa indecisão criativa na narrativa. A conclusão do filme é reflexo claro de tal postura, ao evidenciar uma solução estapafúrdia, típica de alguma novela global. Se tais equívocos comprometem o trabalho de Durán, por outro lado o cineasta compensa os mesmos ao apresentar um sólido trabalho de direção de atores – Simone Spoladore, Ângelo Antonio, Cauã Reymond e Fabíula Nascimento oferecem uma consistência dramática notável para os seus respectivos personagens.
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