quinta-feira, julho 14, 2011

A Família do Barulho, de Julio Bressane ***



Há um fio de história em “A Família do Barulho” (1970) que pode servir como premissa para tentar entender um pouco essa viagem sensorial de Julio Bressane: prostituta escrachada sustenta dois malandros que acabam se ligando em outra profissional do sexo (ou pelo menos foi isso que eu entendi...). Mas a verdade é que tentar compreender a obra apenas pela trama pode acabar sendo insuficiente. O filme é uma grande colcha de retalho composta de bordões, frases de efeitos, cenas aleatórias, tiradas cômicas, tomadas repetidas, como se Bressane composse um mosaico casual, em que a sua persistente obsessão em juntar conceitos populares e de vanguarda procura se cristalizar, às vezes de forma bem sucedida, às vezes aos trancos e barrancos. Legítimo representante radical do cinema underground, “A Família do Barulho” é um estimulante desafio para aqueles de saco cheio das obviedades cinematográficas (ainda que a cópia em que o filme circule atualmente esteja com uma qualidade bem ruim de som e imagem).

2 comentários:

Guilherme disse...

Cara, isso que você escreveu sobre o filme é um desfavor ao cinema. Que grande merda!

Anônimo disse...

neh por nada não... mas esse filme achei horrível