Os mais ranhetas podem fazer as reclamações óbvias em relação
a “Catacumbas” (1988): o roteiro é previsível, os atores são canastrões, as
trucagens são datadas. Mas esse tipo de coisa não costuma ser empecilho quando
o diretor David Schmoeller está envolvido com alguma produção no gênero horror.
No filme em questão, o cineasta consegue aproveitar com competência os
elementos tradicionais do gênero, estabelecendo uma atmosfera sombria e convincente
para uma trama típica para esse tipo de obra – um secular demônio insidioso,
padres supersticiosos e repressores, mocinhas virginais, mortes graficamente
explícitas na violência e no sangue. Os recursos de produção são típicos do
cinema B fantástico oitentista norte-americano, mas isso não chega a afetar a
capacidade de Schmoeller em estabelecer alguns expressivos climões de suspense
e horror (e que ficam ainda mais realçados pela bela música de Pino Donaggio). Pelo
contrário: essa aparente “fuleiragem” de “Catacumbas” até lhe dá um certo
charme cult.
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