Uma análise sobre os aspectos econômicos e comerciais de “Jeca
contra o Capeta” (1976) é bem mais relevante e interessante do que falar sobre
os méritos artísticos do filme. Isso porque tal obra revela o verdadeiro lado
visionário de Mazzaropi: a capacidade de vislumbrar aquilo que pode fazer de
uma produção cinematográfica algo que tenha sucesso comercial. E isso não é
pouca coisa, afinal é só pensar que nos dias de hoje a grande maioria dos
filmes ganha verba pública para a sua realização, e também boa parte deles não
consegue atingir uma parcela expressiva de público. No filme em questão de
Mazzaropi, aproveitou-se que na época havia uma grande comoção em função do
filme “O exorcista” (1973) para se lançar uma produção que adaptava a temática
da possessão demoníaca para uma linguagem brasileira, com claro viés cômico e
caricatural. Por mais que algumas soluções de roteiro e de encenação sejam ingênuas
e claramente datadas para o espectador atual, “Jeca contra o Capeta” traz
momentos de um genuíno humor brejeiro, que ainda provoca alguns riso, ainda que
por certo caráter nostálgico.
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